sábado, 21 de agosto de 2010

Uma cidade selvagem

Marcelo Carnaval/O Dia

Amigos, que sexta-feira! Acidente entre carro e moto na Av. Brasil altura do Caju sentido Zona Oeste bem no meio da tarde esculhambou minha ida ao Rio. Saímos do Flamengo um pouquinho antes das 5 e só chegamos à Rodoviária, onde eu tomaria o ônibus de volta a Terê, às 18h35 (Marco seguiria para S. Paulo). Como conheço todas as mumunhas desse percurso por força dos anos de JB e Fiocruz e me considero, sem modéstia, a maior escapadora de engarrafamento que conheço, disse ao Marco que fizesse Praia do Flamengo, Mergulhão, Arsenal, Rodrigues Alves (na ida para o Flamengo, ali pelas 4 da tarde, eu já tinha visto a Perimetral parada; como às sextas de 5 em diante o sistema Santa Bárbara/Viaduto S. Sebastião para também, esse seria o trajeto viável -- embora mais longo).

Pra quê... um motorista selvagem de ônibus estava atravessado no meio do Mergulhão tentando parar no ponto das Barcas -- porque não tem urbanidade para ficar em fila indiana com os outros e trafega pela terceira pista. Resultado: 10 minutos de retenção DENTRO daquele salutar Mergulhão. Mais adiante, aquela rua do Mosteiro de S. Bento cujo nome esqueci (ah, é D. Gerardo) estava totalmente parada, e o Marco não conhecia o macete de entrar na ruazinha antes, não sei o que Saraiva... quando avisei, já não dava mais: outros 15 minutos parados porque tinha um ônibus enguiçadão no meio da pista. O resto foi mesmo na Rodrigues Alves por conta do acidente do Caju e da selvageria dos motoristas selvagens de ônibus, que invadem os cruzamentos e impedem o fluir normal dos veículos.

Uma palavra resume tudo isso: inferno. Disse ao Marco, que horror!, que essas pessoas que acordam de manhã com raiva do mundo e saem para arrepiar no trânsito deveriam dar um tiro na cabeça enquanto escovavam os dentes, assim não destruiriam o moral de 500 mil cidadãos que só querem voltar pra casa à noite. Agora, já na minha casinha na minha cidadezinha tranquila como um lago suíço raciocino melhor e vejo que foi uma barbaridade isso que eu disse ao Marco. Não, essas pessoas deveriam simplesmente ser atingidas de manhã por um raiozinho leve e ficar em casa doentinhas.

Afirmei noutro dia a alguém que o Rio está como S. Paulo em termos de trânsito e esse alguém ficou horrorizado, nunca, nem se compara. É verdade, não se compara. O Rio está muito pior. Porque os motoristas de S. Paulo não são selvagens. Simples assim.

Nosso plano era fazermos o retorno no JB para que o Marco me deixasse na porta da Rodô. Mas, quase alucinando -- cinco meses atrás, antes de Terê, eu teria alucinado mesmo e martirizado meu pobre filho --, decidi encarar a passarela de pedestres, morta de medo. Cravei a bolsa debaixo do braço, botei os cotovelos pra frente e fiz cara de (mais) maluca. A cada um que sequer pensava em esbarrar em mim eu gritava chega pra lá!, não me encosta! sai! Doideira total: ninguém esbarrou! Se esbarrasse eu cairia, estava completamente tonta! Meu labirinto, que é despiroquetado e mantido a custo sob controle, queria porque queria me atirar lá embaixo! Atravessei a passarela inteirinha pelo centro dela, o povo abrindo passagem pra bruxa louca... :-))))

Felizmente, o ônibus das 7 pra Terê não levou as 3 horas que eu imaginava. E às 9h15 eu adentrava minha casa a tempo de ver ao vivo pelo site da Dilma o finzinho do discurso dela e o discurso arrebatador do Lula no comício de Osasco. UAU!!!

Adoro Teresópolis. Cada vez mais.

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